sexta-feira, 22 de maio de 2009

A comunicação em meio à crise financeira mundial

Uma pesquisa realizada em 22 países apontou que, no cenário atual da crise econômica, entre tantas outras preocupações possíveis, como desigualdade social, crime, violência e pobreza o que mais preocupa as pessoas é a possibilidade de perder seu emprego.

E as práticas de comunicação nas organizações, como ficam? Como muitos profissionais sabem, é uma das primeiras áreas a sofrer cortes. E aí surge outro problema: as organizações que deixam de lado a comunicação abrem espaço para aquelas que se encontram numa situação melhor tomar seu espaço no mercado. Não se comunicar é o mesmo que se enconder, perdendo assim oportunidades de mostrar uma imagem forte e viva para seus públicos. Então, quando a crise melhorar a empresa que abandonou a comunicação organizacional já terá comprometido sua presença na mente dos consumidores, enquanto aquela que continuou praticando essas atividades sairá fortalecida.

Nesse cenário, deve haver um "replanejamento" na área da comunicação. A diminuição dos orçamentos certamente levará a um aumento do uso das estratégias de comunicação dirigida, já que são de menor custo se comparadas às de comunicação de massa. Sendo assim, o relacionamento organização/cliente deverá ser acentuado, focalizando sempre a fidelização da clientela. É fato que a conquista de novos clientes não terá a mesma facilidade do período anterior à crise, por esse motivo, manter os já existentes passa a ser prioridade, sendo a comunicação organizacional de fundamental importância no processo. Além disso, os esforços para a conquista de novos clientes serão sempre mais caros do que manter os existentes, e "mais caro" é um termo que as empresas não querem encontrar pela frente, especialmente agora.

Em complemento ao relacionamento direto, deve-se também aumentar a oferta de produtos e serviços. Não através de inovações mirabolantes, mas através da oferta de produtos flexíveis às demandas e ajustáveis à realidade encarada por clientes e empresas, que não podem mais arriscar seus investimentos em produtos que vão além das necessidades imediatas.

Outras estratégias de comunicação que continuarão a ganhar força serão aquelas geradas por meio de mídia espotânea, que possuem seu custo, mas atingem um grande público com um investimento bem menor do que anúncios publicitários, por exemplo. Por isso, enfatizar ações de assessoria de comunicação e intervenção na comunidade local certamente serão alternativas plausíveis, que ganharão um destaque maior, caso a alta administração seja convencida de sua importância.

Como pode ser observado atualmente, as organizações estão, cada vez mais, cortando orçamentos em todas as áreas, o que resultou em recessão econômica em diversos países como EUA, Japão, França e Inglaterra. Mas sabendo que a comunicação influencia todas as áreas de qualquer organização e é capaz de manter uma boa reputação, seria prudente cortar gastos com ela? Seguramente, apoiar-se nela seria uma opção de menor risco.

2 comentários:

  1. Bom texto. Mas discordo da afirmação "É fato que a conquista de novos clientes não terá a mesma facilidade do período anterior à crise, por esse motivo, manter os já existentes passa a ser prioridade". Claro que fidelizar novos clientes é mais caro do que manter os já fidelizados. Mas agregar inovação ao valor do negócio (produto ou serviço) buscando estes não-clientes é essencial em tempos de crise. Pois bem, há os não-clietes de 1° nivel - quase-convertidos(aqueles que ja usam o serviço/produto enquanto buscam algo melhor), os de 2° nivel - refratarios (aqueles que conhecem o serviço/produto mas o consideram inaceitaveis ou alem de suas condiçoes) e os de 3° nivel - inexplorados (aqueles que nao conhecem). Portanto é preciso ir alem da demanda existente e pensar nestes tres tipos de clientes.

    Um exemplo de ação para fidelizar não-clientes quase-convertidos (1 nivel): empresa de fast-food Pret A Manger. Antes dela os executivos almoçavam em restaurantes de boa comida e ambiente agradavel, contudo a quantidade de não clientes no primeiro nivel era muito grande. Entao ela, instalando lancherias com refeições rapidas, comida fresca e preços razoaveis atraiu não só novos consumidores, mas também aqueles executivos que iam a restaurantes.

    Espero ter ajudado.

    Um abraço,
    Mateus d'Ocappuccino

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  2. Obrigada pelo comentário, pois desconhecia esse tipo de classificação dos públicos de uma organização.
    Sendo assim, concordo que as empresas devem investir nos não-clientes.

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